Do lado de lá.

Eu senti um gosto de herói escorrer daquela boca farta. Um sentido a mais se despir naquela marra querendo ser discreta. Eu há muito tempo não sentia como enxergava ele de uma forma que podia explicar alguns daqueles momentos. E, de repente, eu me via com vontade de ser abraçada por ele, ter seus braços em volta o tempo que fosse necessário pra descontar os dias e noites de ausência. Tudo que eu queria agora era ser levada pelo vento, pra lá. Você acha que falo aqui sobre um amor, não é? Não é. É sobre algo que já aprendi a controlar, que faz bem. Não sendo bom nem saudável ter ele em todos momentos (eu sei que amor não é assim). É só porque nele eu vejo uma vontade de sentir meu cheiro enquanto encontra meus olhos distantes, que às vezes deixam ser levados pela estrada pra longe. Nele eu posso sentir a força de suas mãos enquanto puxa as minhas mãos com vontade pra perto de si. Nele eu vejo vontade. E quando vem esse outro me falar de sua coragem verdadeira eu fico besta, embasbacada, derretida e desconsertada. Ah, eu fico sim. Admito! Porque posso ser mel e manteiga, mas também sou de carne. E sou também de osso. Osso esse que fica outonos, invernos e primaveras sem ver o mar desse jeito, sem nenhum contato telepático ou carnal, desligada de qualquer onda que vibre a teu favor. Mas quando o sol chega e sorri pra mim, ah, aí ele se arrepia, o meu osso. Não, não pertenço mais a meu corpo. Ele se neutraliza e já não responde a qualquer experiência diferente. Já não sei como posso me deixar ser arrastada e gostar dessa força, achar simplesmente bonitinho esse tal menino querer com sucesso manter a pose de super-homem. Pois sei, amanhã ao acordar já não vou sentir mais nada, mais nada! Por enquanto.

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