Cedrim e suas análises existenciais
A 'doce e boazinha' Line de 2009 |
Dessa vez o texto vai ser bem mais pessoal e direto. Sinto fome de
botar isso pra fora. De alguns dias pra cá venho tentando buscar em pequenas
coisas do cotidiano motivos que me fazem me sentir bem, e pedaços de
prova de que o que é positivo supera em muito os aspectos negativos. 2012 foi
um ano intenso e transitório mesmo, como se previa. Não só eu, mas ouvi de
muita gente que 2012 não foi fácil. Errei pra caramba sem saber a dimensão
sobre a qual tudo ia chegar, e aprendi muito sobre culpa, busca por perdão e o que a gente tá na vida pra aprender TODO DIA: superação. Nessas fases assim a gente (re)descobre que o exercício de enxergar ou ir atrás de coisinhas que causam aquele 'puxa, isso é vida!' em cada canto que você olha causa uma sensação inexplicável de paz, arrisco até dizer que nesses processos de recuperação, digamos assim, a gente sente que Deus, o Universo ou a Energia Maior sempre tá conosco. Eu disse SEMPRE! Mas não é verdade que quando algo de muito bom acontece sendo o resultado de turbulências ficamos mais próximos da Presença Divina?
O que mais
me vem a cabeça quando penso em procurar força pra viver são as pequenas manias ou costumes
que foram se esvaindo com o tempo. Costumes bobos mesmo, como lavar e hidratar
o rosto antes de dormir ou pegar o caminho mais longo (e mais bonito) na volta
pra casa, dormir escutando música. Acho que a medida que fui 'crescendo' fui me colocando mais no
automático: acordar de manhã com pressa e sair de casa, chegar a noite cansada,
ficar um pouquinho na internet e dormir pra acordar de manhã com pressa e sair
de casa, chegar a noite cansada e... por aí vai... Com tanta pressa e coisa
matutando na cabeça muito do que tá ao nosso redor passa quase despercebido, né
não? Por exemplo: domingo passado, aproveitando que tava sem internet, deitei
na cama pra dá uma conferida em um monte de cds novos que havia comprado (há
séculos não parava só pra ouvir um cd bom), e ouvindo algumas músicas boas bem
do estilo que sempre gostei que percebi que aquela Aline cheia de sensibilidade
não tava mais ali. Música sempre me tocou muito. Houveram fases em que só
andava com o fone no ouvido, conseguia associar certos acontecimentos às letras
e melodias e abstrair sentimentos ruins transformando-os em poesia. Música é
uma arte que tem esse poder. Lembro bem do quanto funcionava.
'Basta olhar no fundo dos meus olhos
Pra ver que já não sou como era antes
Tudo que eu preciso é de uma chance
De alguns instantes
Sinceramente ainda acredito
Em um destino forte e implacável
E tudo que nós temos pra viver
É muito mais do que sonhamos''
Pra ver que já não sou como era antes
Tudo que eu preciso é de uma chance
De alguns instantes
Sinceramente ainda acredito
Em um destino forte e implacável
E tudo que nós temos pra viver
É muito mais do que sonhamos''
Pois então, fiquei viajando em algumas letras e na melodia de
outras e aquilo foi tão bom! Lembrei do quanto me fazia bem, e que precisava o quanto
antes resgatar esse hábito, tão simples, não gasta nada e nem prejudica
ninguém, e até faz um bem danado. Voltando a falar sobre minha sensibilidade... ultimamente tô observando meu jeito e me vejo tão diferente. Pra bom e pra
ruim, tô mais seca, mais fechada, não fazendo muita questão de agradar A ou B.
A ou B? a Aline de antes não se referiria a alguém assim. Nunca forcei ou me
senti melhor que ninguém por isso, mas escutava tanto que eu era doce, uma
fofa, e tudo mais, e com o tempo isso foi diminuindo. Desse tempo pra cá
aconteceu cada coisa que só Jesus na causa! E cada coisa dessa me fazia
prometer mudar e ser menos ‘boazinha’. Depois de muita queda a gente vira
mestre em saber que cada dificuldade promove mudança. Assim foi. Como no fim do
poço só há o caminho de volta, o da subida, aprendi a superar cada coisa. Mas
nunca, nunca, nunca voltamos de lá como antes. A vida da gente, com o passar do
tempo e das experiências, pode nos deixar mais resistentes a tudo. O que a
gente tem que buscar é equilíbrio. Botar na balança o que vale a pena levar e o
que vale a pena deixar. Pra se defender, às vezes agimos de uma forma que não
conduz de verdade com nossa lógica interior, vamos dizer assim. Mas fazer nossa parte e não esperar retribuição tem que ser prioridade, afinal você é a pessoa pela a qual você mais deve se responsabilizar. A velha história de 'no final é você x você mesmo' e bla bla bla: a mais pura verdade.
Tem pessoas mesmo que não me conhecem direito e que eu sei que
acham que eu acho uma coisa delas que na verdade não é do meu achar, haha.
Entendeu? Assim: aparências enganam demais, e julgar antes de conhecer alguém
nunca fez muito parte de mim. Aliás, sempre fui meio abestalhada pra acreditar na bondade das pessoas e fazer
amizade. Hoje sou bem menos, claro. Era daquelas crianças que sorriam pra outra na fila do médico, a
menina dava língua, e eu ficava toda triste. Tinha mais o hábito de acreditar
que todo mundo era bonzinho e que falava ou demonstrava pra mim o que realmente
era ou sentia, de coração mesmo, como eu fazia na maioria das vezes. E foi por
quebrar a cara de formas tão doloridas que tentei deixar isso pra lá. Hoje o
meu lema é ‘se você espera demais há mais chances de se decepcionar, se não
espera nada há mais chances de se surpreender’. Por isso é tão bom conhecer as
pessoas direito, e sou fanzona disso. Quero este detalhe sendo praticado novamente e com
mais segurança de minha parte. Não queria fazer um tipo de retrospectiva. Não foi essa a intenção do começo, mas tá parecendo, né? Então pra o post não ficar cansativo, grandão e pra você não ter preguiça de ler tudo, vou dar uma paradinha por aqui e falo mais sobre essas coisas na segunda parte, ok?